Conjunção Vênus, Mercúrio e Marte

Conjunção de Astros nos Finais de Tarde em Setembro


por Gilberto Klar Renner


Vênus, Mercúrio e Marte estão próximos entre si para quem os observa da Terra e despertam a atenção no oeste ao escurecer nesse mês de setembro. Os três são visíveis a olho nu, mas Vênus é quem arrebata a atenção. Com o passar dos dias, a configuração entre ele muda, como também em relação às estrelas “fixas”, como Spica, a mais brilhante da constelação de Virgem, também conhecida por Alpha Virginis. Sua magnitude aparente supera ligeiramente a de Mercúrio neste período, a cor de Spica é azul clara.

No sul do país, em áreas de criação de gado, Vênus é conhecido também por Estrela Boieira, a guia dos peões que manejam o deslocamento dos animais nos campos, no anoitecer e amanhecer. Outros apelidos para Vênus são: Estrela Vésper, Estrela Vespertina, Estrela D Alva, Estrela Matutina e Estrela do Pastor.

Vênus, o planeta mais próximo da Terra (magnitude -3,8 atualmente) é o mais brilhante dentre todos os planetas para um observador situado na Terra, possui quase o mesmo tamanho terrestre e reflete muito a luz solar, pois é repleto de nuvens. Seu brilho só é inferior ao do Sol e da Lua. Enfeitará o céu do poente até o final do ano. Mercúrio, o mais próximo do Sol, e sempre situado nas imediações do astro-rei, está relativamente fácil de ser observado até meados de setembro, aproximadamente, porque a luz do crepúsculo não o ofusca demasiadamente. Está com magnitude +0,4 e é o segundo astro mais brilhante no oeste nessa época. Marte, é o que se apresenta menos brilhante dos três, com magnitude e + 1,7, tem aspecto avermelhado. Quanto menor o valor da magnitude aparente, mais brilhante é o astro. A magnitude do Sol é de -26,7.

Dia 11, Vênus e Marte estarão separados por uma distância angular de apenas 0,3 graus, equivale um pouco menos que uma Lua cheia! Para vê-los, o ideal é que se esteja no local da observação antes de terminar o crepúsculo, por volta das 19 horas, no sul do país. Vênus é o que se vê primeiro, depois, Mercúrio, e quando fica mais escuro Marte se revela. Mas à medida que o tempo passa, eles também se aproximam do horizonte, devido à rotação da Terra. Dia 11, às 19 horas, na região de Porto Alegre, por exemplo, os três planetas estarão cerca de quinze graus acima do horizonte oeste (equivale um pouco menos que uma mão aberta, e braço do observador esticado). Nos dias que se seguem a configuração entre eles será diferente, é interessante também vê-los nos dias seguintes.

Dia 17, os três planetas e a estrela Spica formarão, aproximadamente, um quadrado imaginário no céu, essa estrela estará situada acima dos planetas. Dia 20 de setembro, Vênus, Spica e Mercúrio estarão dispostos em linha, com Spica no centro, a formação vai lembrar, um pouco, as Três Marias. Marte situa-se fora dessa configuração, mais abaixo e à direita.

A proximidade do observador com morros, prédios e vegetação pode atrapalhar, principalmente quando esses astros estiverem próximos do horizonte. Por isso, para vê-los, escolha um local seguro, que possibilite visão aberta na direção oeste, onde o Sol está se pondo nesta época do ano. Grupos de observadores tornam a observação mais descontraída e segura. A utilização de binóculo, como o 10x50, recomenda-se principalmente os projetados para observação astronômica, fornecem belas imagens do céu, pois todos ou quase todos esses astros poderão ser vistos juntos, no mesmo campo de visão fornecido pelo instrumento.

Além dos planetas mencionados, o gigante Júpiter também está fácil de ser visto ao anoitecer. Situa-se no alto do céu, supera o brilho de qualquer estrela nas imediações, é inconfundível. Um telescópio poderá revelar as suas quatro maiores luas, descobertas por Galileu Galilei em 1610, quando utilizou pela primeira vez a luneta para observação celeste.

fonte: http://www.planetario.ufrgs.br/conjunçãovenusmercuriomarte.html